quarta-feira, 12 de abril de 2017

Batalha da Coluna Prestes e Túmulo do Tenente Portela

Sítio de Batalha da Coluna Prestes e Túmulo do Tenente Portela
    Endereço:  Acesso pela RS 528 – margens do Rio Pardo Proprietário: Histórico e características: Este tombamento refere-se à área onde foi construído o túmulo do Tenente Mário Portela Fagundes, local da batalha ocorrida em 1925 às margens do Rio Pardo, no interior do município de Pinheirinho do Vale. O local onde se encontra o monumento

Histórico e características:

Este tombamento refere-se à área onde foi construído o túmulo do Tenente Mário Portela Fagundes, local da batalha ocorrida em 1925 às margens do Rio Pardo, no interior do município de Pinheirinho do Vale. O local onde se encontra o monumento em homenagem ao Tenente Portela e seus companheiros, representado pelo túmulo e 30 cruzes, simbolizando os que ali morreram em combate, constitui um local de referência para a população e visitantes interessados nesse período da nossa história, da formação da Coluna Prestes.Além desse aspecto, o sítio se reveste de valor ambiental, pois está situado em local tombado da Mata Atlântica, às margens do rio Pardo e cercado pela mata nativa.

O destaque atribuído ao sítio histórico em questão tem como causa primeira a projeção adquirida pela marcha da Coluna Prestes, após a morte de Portela. A coluna Costa-Prestes, liderada por Miguel Costa e Luis Carlos Prestes e consagrada popularmente como Coluna Prestes, constituiu-se como a expressão político-militar máxima do tenentismo, movimento liderado por oficiais das Forças Armadas que contestou, na década de 1920, aspectos do Estado e da dinâmica característica da Primeira República e do o governo do então presidente Artur Bernardes. Houve levantes no Rio de Janeiro, São Paulo, Rio Grande do Sul e outros estados.

Prestes tinha sido transferido para Santo Ângelo (RS), onde entrou em contato com outros militares que conspiravam contra o governo federal e assumiu a liderança da revolta. Após lutas com tropas legalistas, os sublevados marcharam para o norte, unindo-se com os revoltosos paulistas. Depois de percorrer vários estados do país, enfrentando as forças do governo, os revoltosos depuseram as armas em fevereiro de 1927. A Coluna Prestes, como expressão indispensável da compreensão do fenômeno do tenentismo, caracterizou-se como um episódio da história brasileira constituinte das transformações pelas quais passava o país na primeira metade do século XX. A marcha de aproximadamente 24 mil quilômetros percorreu territórios de 11 estados brasileiros, caracterizando-se também como um feito notável no âmbito militar.

Às margens do Rio Pardo, na região do Alto Uruguai, o Tenente Portela montou acampamento no dia 24 de janeiro de 1925. Ali houve um confronto entre o pequeno grupo de tenentistas, composto por homens do 1º Batalhão Ferroviário de Santo Ângelo, e forças do 6º Corpo Auxiliar da Brigada Militar, que levou à morte de Portela e seus comandados.

Ainda hoje a área é vista pelos moradores da região como um lugar especial de memórias e valores, constituindo uma “paisagem cultural”, Evidência da relevância do espaço para grupos da região é a própria existência do monumento dedicado aos que tombaram e a designação de Cemitério dos Prestes ao lugar, que surgiu possivelmente da visita realizada por Luis Carlos Prestes em 1958. A relação entre o sítio, a Coluna Prestes e, consequentemente, o movimento tenentista, é bastante consistente, tendo em vista que se trata de um consenso entre os historiadores que a Marcha é o ápice do movimento protagonizado pelos jovens oficiais da década de 1920.

Outro modo por meio do qual a comunidade expressou o seu apreço pelo sítio histórico foi através de uma celebração anual, o chamado Canto dos Bravos. A festividade de música tradicionalista, organizada por CTG da região com apoio da Prefeitura Municipal, escolheu aquele lugar para as apresentações justamente por causa de seu significado associado à bravura.

Foi tombada a área delimitada pela poligonal formada pelos seguintes vértices:

VÉRTICE A: início da poligonal – intersecção do segmento que passa pela margem (sul) do Rio Pardo e o segmento que passa pela linha de divisa entre os lotes 84 e o lote 83;

VÉRTICE B: intersecção do segmento anterior com o segmento que passa pela linha de divisa entre a fração de terras desmembrada do lote rural nº 84, e o lote rural  nº 84, ao sul; 

VÉRTICE C: intersecção do segmento anterior com o segmento que passa pela linha de divisa com o lote rural nº 84, a leste;

VÉRTICE D: intersecção do segmento anterior com o segmento que passa pela margem do Lajeado Pardo, passando pelo vértice A e fechando a poligonal.

Fonte: Processo de tombamento estadual.

Maiores informações sobre o bem tombado podem ser obtidas no site do IPHAE

http://www.iphae.rs.gov.br/Main.php?do=BensTombadosDetalhesAc&item=52701

A história de Barra do Guarita: Situada no extremo noroeste do Estado do RS, na confluência do Rio Guarita com o Rio Uruguai (daí o seu nome), próximo à cidade de itapiranga/SC (onde o que separa as duas cidades é o Rio Uruguai), e próximo a divisa com a província de Missiones (Argentina), remonta ao século passado.
A região era originariamente habitada por índios Caingangues e Guaranis, ainda hoje presentes e reunidos no Toldo do Guarita município vizinho de Tenente Portela. Os primeiros habitantes brancos chegaram nessa área, segundo relatos, durante a Revolução Federalista de 1893, quando ali se refugiaram, aproveitando a densa mata e o isolamento provocado pelas barreiras naturais.
Por volta de 1911 começou a exploração racional e econômica da região de Tenente Portela, então denominada "Pari", termo indígena que denomina uma pequena rede de taquara usada na pesca. Em 1940, "Pari" passou a denominar-se "Miraguay", em homenagem a um chefe indígena homônimo e, finalmente em 1942, passou à denominação de Tenente Portela, em memória ao Tenente de Engenharia Mário Portela Fagundes, membro da Coluna Prestes e morto na Barra do Rio Pardo em 1925.
O Tenente Portela era filho de José Fagundes e Gabriela Portela Fagundes, nascido a 15 de julho de 1898 na cidade de Pelotas. Estudou no Colégio Júlio de Castilhos, de Porto Alegre, indo após para a Escola Militar de Realengo, no Rio de Janeiro. Em 1924 o jovem e idealista Tenente engajou-se na Coluna Prestes que em suas andanças deixou registrado um marco profundo na memória do povo do Alto Uruguai. Proveniente de Santo Ângelo e acossada pelas tropas Legalistas, a Coluna alojou-se na atual localidade de Alto Uruguai, no município de Três Passos. Encurralada, a coluna precisava encontrar uma saída, ou para a Argentina ou para o Estado de Santa Catarina. Optou pela última. O Tenente Portela foi encarregado de achar um caminho para a travessia do Rio Uruguai e nessa missão, a 24 de janeiro de 1925, à beira do Rio Pardo, já próximo a Santa Catarina, o Tenente tombou em combate, atacado pelas tropas Legalistas provenientes de Palmeiras das Missões.
Em 1941, o Interventor Estadual, Coronel Osvaldo Cordeiro de Farias, companheiro de farda do Tenente Portela, em visita à região, propôs a denominação do Distrito de Miraguay como o seu nome.
Em 1955 Tenente Portela emancipou-se de Três Passos e em 1963 era criado o Distrito de Barra do Guarita, para onde a partir de 1936, haviam migrado muitas famílias provenientes da região de Caxias do Sul, Bento Gonçalves e também de Palmeira das Missões, iraí e Carazinho, tais como os Vogt, Santos, Borges dos Santos, Pedroso, Vogel, Pompeo, Sala, Bernardi, Sangaletti, Berté, Peirot, etc...
Por estar situada na margem oposta do Rio Uruguai junto a cidade de Itapiranga, em Santa Catarina e que veio a oferecer abundantemente mão-de-obra para muitos operários. Barra do Guarita se desenvolveu rapidamente ao longo das décadas de 1970 a 1980, justificando sua recente emancipação político-administrativa.
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