quarta-feira, 12 de abril de 2017

JOAQUIM ROLIM DE MOURA VULGO: SEU QUINZOTE

JOAQUIM ROLIM DE MOURA  VULGO: SEU QUINZOTE
As histórias aqui contadas não são no sentido pejorativo ou de crítica, pois, apenas procuram retratar aquela época do desenvolvimento de Santo Ângelo
Foi intendente de nosso município na década de 1896  a 1900.
Diziam até alguns anos atrás que foi o melhor intendente ou prefeito. .Nada sei ou tenho  de escrito a respeito dele, somente tradição oral.Ainda existiam há pouco tempo atrás pontes  e pontilhões executadas por ele no interior do município. Aliás, numa ocasião em que ele estava  em companhia de operários  dentro de um valo fazendo um pontilhão, o contador da intendência disse-lhe de cima que a intendência não tinha verba para executar esse trabalho. Ao que ele respondeu: ”eu não  sei  o que é verba, o importante é que se apronte o serviço. Pouca educação e muito tino administrativo.
Particularmente, foi construindo a Usina do  IjuisInho, quase totalmente.Projeto do Eng.Luiz Carlos Prestes.Não a concluiu quase totalmente porque o engenheiro da Prefeitura,  José Carlos  Medaglia  fez a Prefeitura encampá-la, junto com a exploração do consumo  da luz elétrica da cidade.Trouxe  a luz de Ijuí Comprava o Kw  por 0,10 e revendia por 0,40 para o consumidor.Ele queria ficar com o lucro para a Prefeitura.Meu pai dizia que esse engenheiro atrasou  Santo Ângelo quase 50 anos pelas industrias que deixaram de aqui se instalarem por falta de energia elétrica.Usou na  execução dos desníveis balizas de taquara.Contava-se que ele tinha instalado telefone  para sua fazenda Quando faltava luz, todo mundo dizia:LUZ SEU QUINSOTE!.
Contavam-se muitas histórias folclóricas a respeito dele. Acredito que a maioria inventadas por falta de assunto.
Como Coronel comandante do Corpo 28 de Provisórios  dava ordem unida para seus soldados aprenderem a marchar e etc. Atavam uma palha no dedão do pé direito e ensinava a marchar dizendo: pé com palha, pé sem  palha”.Um capitão da brigada tentou comandá-los , mas não conseguiu ser atendido,, dizendo meia volta volver e alto. O Coronel  assumiu o comando da tropa  e disse: “Todos em forma com a frente para a Intendência”! no que foi atendido.Para parar a marcha ele disse :”oche,, oche ,oche! E a coluna fez alto....
Numa audiência com o Governador ele foi ás 6 horas da manhã e ficou sentado nas escadarias do Palácio comendo amendoim torrado até as 9 horas para ser atendido
.Não encontrando o interruptor de luz no quarto do hotel, ele colocou um pé de bota no bico de luz para ficar escuro..Quando foi falar com o pastor da Igreja Metodista ele bateu na porta sendo atendido pela secretária que perguntou:
-Que deseja!
-Quero falar com o cuiúdo  de vocês.
-Aqui não tem cuido, somente pastor.
-Na minha manada cuiudo  e pastor é a mesma coisa....
Contava-se que o Coronel    Valsomiro   Dutra  necessitando de reforço para sua tropa pediu ao Coronel  Quinsote  que lhe mandasse alguns soldados Este prontamente lhe mandou 30 homens num caminhão com o seguinte  bilhete:”Junto vão  30  valentes voluntários.Peço mandar as maneias de trava de volta”.
Pessoalmente, acho que apesar de decorridos mais de oitenta anos, ainda acho que o Sr. Joaquim   Rolim de Moura , pelo que ele realizou ,ainda foi o melhor prefeito de Santo Ângelo! Seus descendentes só tem  de se orgulhar de seu nome.
Nos tempos modernos se destacou o Sr.  Siegfried  Ritter,,  como grande  prefeito. 

PRIMEIRAS ELEIÇÕES EM GIRUÁ

PRIMEIRAS  ELEIÇÕES EM GIRUÁ
Quando  da primeira eleição do Brasil, após a redemocratização, Giruá pertencendo à Santo Ângelo, o candidato a vereador Dico Antunes, fazendeiro e ex tropeiro, discursando num comício,criticando aqueles “candidato a vereadô que não são capais de aplicá uma varcina numa reis”, o que o município esperá dessa gente... Enquanto isso,em Mato Grande, o candidato á vereador pelo PTB., Miguel Zotoquieswki disse em discurso também em comício  empolgado: “Quando meu pai aqui chegou e tudo era sertão e matas,, era habitado por índios... (titubiando,baixinho perguntou ao vereador Crespo de Souza :como se chamavam aqueles índios que comiam gente!) ‘Franchones” ao que ele repetiu alto e bom som para a platéia –‘indios franchones”!
Desfilando sempre á cavalo, portando botas, bombachas ,lenço no pescoço, e pala atirado nas costas (“Miguelão, o gaúcho apolacado”,  dizia-lhe Utalino Fernandes do Jornal  O Debate), elegeu-se prefeito de Giruá com boa votação.
Numa tarde de expediente ele pediu ao economista Jacinto Rentz, Secretário Municipal,que expedisse um telegrama ao Governador do Estado Walter Jobim, solicitando que mandasse “apedrejar e arretar a estrada de Giruá a Santo Ângelo” para ficar melhor de trafegar com qualquer tempo.
No dia seguinte, quando Jacinto entrou em seu gabinete, Miguel disse-lhe, apontando para a parede: “Dr. Jacinto, o senhor que é Doutor,, me diga onde é que fica aí no mapa do Brasil “ o Estado de Sítio”... que eu não conheço e não sei onde é!.

Concluiu seu mandato como bom e prático administrador, granjeando  grande prestígio popular, tendo sido candidato a deputado estadual.

SEU TATACO O TIRADENTES DO CARAJAZINHO

SEU  TATACO  O TIRADENTES DO CARAJAZINHO

O Seu Tataco era  um fazendeiro muito rico e folclórico do Carajasinho.Muitas proezas e falcatruas se contavam nos anos de 20 a 30 a respeito dele.
No galpão de sua fazenda tinha um esteio forte, como uma espécie de tronco, onde ele atava os seus clientes  que vinham com dor de dentes,e, o único tratamento era arrancá-los, pois ele era o único  Tiradentes  da região.Depois do paciente bem imobilizado ele firmavava bem o dente com a torques  com a mão direita e, com a esquerda ele aproximava rapidamente um tição de fogo  do rosto do penitente dizendo “Oia o fogo”!,e, este com o susto, soqueava com força a cabeça para traz , por causa do susto, e o dente ficava preso do alicate já arrancado.Assim, ele resolvia todos os casos de dor dentes da região...
Quando vinha fazer os seus negócios de recebimentos e pagamentos durante o dia,e, à noite  convidava meu tio Sólon Pereira para saírem para a noitada.,e, este o acompanhava para  ter histórias para contar.No outro dia pedia para o tio sentar entorno de uma mesa e anotar para ele a relação das despesas por ele feitas durante o dia, somar e contar o dinheiro que sobrou.Ele ia ditando individualmente os paga mentos efetuados e contar o dinheiro que sobrava .De repente . ele  dizia:” anote aí  50,00 que eu ocupei”, e não dizia onde tinha ocupado.....

NO  CINEMA APOLO
Quando foram pela primeira  vez juntos ao cinema e em companhia de seu filho Pedro o seu Tataco antes de sentar  apertou a mão de todas as pessoas que estavam sentadas  na primeira fila de traz, e depois acenava para todos  que estavam sentados nas carreiras de traz:”Boa noite para todos e desculpem que não posso apertar a mão de todos os que estão aqui.”!
Seu filho Pedro  pediu para ir sentar no camarote junto com seu tio Pacífico que também estava no cinema.Concordando ele levantou-se e disse em voz alta”: o Pacífico! Não vais deixar o Pedro se por em  traquineza  aí em riba”!
De repente no filme  começou a chover e ele repentinamente levantou-se  novamente e gritou: Pedro! Corre lá em baixo e vira os pelegos   pra mode não molhar os arreios com a chuva ! O Pedro para cumprir  ordens desceu as escadarias do cinema correndo, fazendo grande barulho  com o solado das botas  nos degrauus de madeira.
Numa outra oportunidade, na sessão de cinema , num filme de KoWboy ,enquanto um banidido aguardava,de tocaia, atras de uma porta, pela chegada do  mocinho , ele levantou na platéia e avisou”: Cuidado  atraz da porta o bandido!! Como esse não o atendesse ele se lastimou e disse:”É  o destino do coitado”!.... Morrer com um tiro pelas costas”...
Em outra oportunidade, num filme também de cowboy, quando o mocinho perseguia um bandido à cavalo,ele se levantou entusiasmado e  gritou:”Ai cuaiputa,, fazendo gesto com a mão, como se estivesse surrando o cavalo.


O AMANHECER DE SANTO ÂNGELO DE ANTIGAMENTE

O AMANHECER DE SANTO ÂNGELO DE ANTIGAMENTE

Eu, minha esposa e meus filho, ao longo dos anos,s acostumamo-nos, após  o aparecimento da” Estrela  dDalva no firmamento,a acordar com o canto de alguns pássaros,, seguidos do canto dos sabiás, sucedidos pelos rugidos dos tigres e leoóes (quando havia circos acampados aqui  perto ou nos carros de trem), logo em seguida,, ouvia-se  as sirenes da Companhia de Cigarros Souza Cruz,do Frigorífico e do Curtume Basso, e ao Norte o clarim dos Quarteis e o rufar dos tambores, ao Sul a batida dos Sinos da Catedral, ao Oeste  as pancadas do Relógio e o ripocar dos Sinos da Igreja Evangélica e a Leste o Sol nascendo atrás da coxíla da Villa Pippi, o apito das máquinas de tremsegudos do badalar do sino da gare da Viação Férrea, dando a partida do trem de passageiros, que logo desaparecia na curva entre a Souza Cruz e o Frigorífico,  apitando e batendo suas sinetas.

Ás 7,,30 os meus filhos  partiam para as escolas,e,às 8 horas eudescia para o escritório para iniciar mais um dia de trabalho.... 

MEUS DOIS VEREADORES


MEUS DOIS VEREADORES

Para alegria de meus 88 anos de vida,, dois rapazes que iniciaram sua vida profissional trabalhando  comigo há longos anos atrás, nas eleições de  2 de outubro de 2.16 se reelegeram vereadores  para um sexto mandato  consecutivos, obtendo em cada pleito mais votos que no  anterior.
NERCY BUENO, ex capataz de minhas granjas  de trigo e soja no Rincão dos Mendes e no Lajeado das Pombas, respectivamente, por alguns anos.Na vida particular colocou um bolicho de campanha em   Carajasinho  , dedicando-se ,também,AP olítica  partidária.Elegeu-se vereador do  município do Entre Ijuís  Como escrevi  em minha coluna no  Jornal O Mensageiro em dois artigos ,trata-se de um político cuja vida foi toda ela voltada para o bem público.O eleitorado  soube reconhecer reelegendo-o para o sexto mandato.
JOÃO CARLOS CAVALHEIRO NEDEL
Elegeu-se  vereador de Porto Alegre pela primeira vez em 1996 Sucederam-se  ininterruptamente  seis mandatos, em cada qual com mais votos que no anterior, culminando com o de 2.016.
Recordo  que era  numa tarde ensolarada  da longínqua década de 1960.Bateram à porta de meu apartamento Atendi. Era um homem alto corpulento, com forte sotaque alemão. Era o Sr. Nedel  ,Caixa da Exatoria Estadual, acompanhado de seu filho, João Carlos, um rapaz alegre, disposto  ,simpático e solícito. .Ele me pediu um serviço para seu  filho , que veio estudar na Escola Técnica de Contabilidade de Santo Ângelo, vindo de São Luiz Gonzaga. Agradei-me  do rapaz e disse-lhe:seu filho está empregado., porém, não posso pagar muito, mas, farei de seu filho “um homem”.No outro dia o jovem apareceu para trabalhar..
Passaram-se três  anos.Trabalhou muito bem, esforçando-se muito e dando de si  mesmo  no seu desempenho, tanto no escritório da Industria de Adubos Missioneira Ltda, como me auxiliando a atender  os serviços do SESI, do qual eu era Delegado Municipal.Inteirou-se muito bem  e deu grande atendimento aos operários e funcionários do mesmo..
Formou-se ,e, para meu espanto  seu pai me disse  após a formatura:Tinha propostas de trabalho por muito mais,  mas, o senhor disse que iria fazer de meu filho UM HOMEM,e não é com dinheiro que se faz  UM HOMEM!...
Ele saiu daqui com um emprego garantido no SESI.  
É formado em Ciências Contábeis e  Atuariais .  Na atividade privada desenvolveu trabalhos  na área  contábil, gerência  financeira e bancária.
Em 1991 decidiu  buscar a  atividade pública  colocando a sua  bem sucedida  experiência profissional ,amparada em suas convicções  cristãs a serviço da comunidade pela política.Filiou-se ao PDC que se fundiu ao PSD, que tornou-se PP.Tarso Dutra foi seu inspirador político.
Elegeu-se e é um vereador católico atuante Muitas foram suas atividades nessa linha
É  UM VEREADOR  QUE TRABALHA
Nedel  conquistou uma posição destacada  entre seus pares pela participação ativa em plenário e nas comissões permanentes que tem integrado   e também pelo atendimento aos necessitados, especialmente aos  carentes.
O empenho em servir  objetiva e corretamente  as comunidades, fez de  Nedel  campeão em ações Legislativas, no período de 1999 a 2.015
Na comunidade  participa de diversos Movimentos  e Serviços  da Igreja  Católica, inclusive como Ministro da Sagrada  Comunhão.
Como cidadão exerce  atividade comunitária , através dos serviços das seguintes  instituições:
Membro da ADCE
Membro do LIONS  CLUBE  P.ALEGRE REDENÇÃO
Conselheiro Asilo Padre Cacique
Membro do Movimento Parlamentarista do Rio Grande do Sul
Tendo por base a Doutrina  Social Cristã ,toda a ação do Vereador Neldel, tem como objetivo a dignidade da pessoa humana ,,para a qual está  voltada  a ação política.
Praticamente está selado o Acordo  para o comando da Câmara  nos próximos 4 anos   .
Em 2017 para o PMDB, 2018 para o PTB em 2019 assumirá a Presidência da Câmara o PP na pessoa do vereador João Carlos Cavalheiro Nedel  

À  medida que as investigações  da Operação Lava Jato avançam na devassa  da vida de nossos políticos,e , a nossa incipiente e bendita  DEMOCRACIA, permite evidenciar  que a maioria deles  são corruptos ,que, em suas atuações  , só procuram  tirar vantagens  e atender interesses pessoais, os “políticos honestos”, que trabalham cada vez mais  pelo bem público, serão certamente  reconhecidos ,pelos  relevantes serviços  realizados  para a coletividade!

DUELO ENTRE CUNHADOS

DUELO ENTRE CUNHADOS
A Missa de ano por falecimento de Licéria Gomes Genro, contada por seu neto   Adelmo  Gomess Genro em seu livro ‘Um tal Mathias Capador  às  páginas de 95 a 98 ,, fora amplamente divulgada .O padre durante os ofícios  religiosos  comunicava..
Além desse anúncio  repetido no púlpito da igreja, a família mandou distribuir  convites impressos nas casas da Vila
Aproximando-se a data da missa, mais aumentava a expectativa  em torno do acontecimento,, pois,sabia-se  da animosidade irreconciliável existente entre os dois genros da falecida  Licéria
Egídio Madrid e Dr. Alcides Carracho , casados com Cotinha Genro Madrid  (tia Cotinha) e Maria da Conceiçao Genro Carracho (tia Corrucha), respectivamente, sitiadas no centro de intrigas  no meio da família.
Tia  Corrucha  desmanchara o noivado com o Sr.  Logmann de Horizontina para namorar e casar com Dr..Alcides Carracho recém chegado a Santiago. O casamento considerado legítimo “golpe do Baú”, entrando ele para a família  do forte fazendeiro  Cândido Genro da Silva.
De outro lado, tia Cotinha ,viúva de Acácio Monteiro, casou com o senhor Egídio Madrid .Como é normal o sentimento burguês entre os possuidores de grandes  estenções  de terras, os irmãos achavam que os casamentos foram por interesse.
As desfeitas e falatórios  se cruzavam, criando animosidade  cada vez maior entre irmãos, mesmo depois dos casamentos.
Tia Corrucha estava casada com o Dr. Carracho e tia Cotinha casada em segundas núpcias com Egídio Madrid.
Um  fato ocorrido , veio acirrar mais a animosidade  entre os membros da família.Uns dias antes da realização da missa , tia Cotinha  mandou buscar na casa de tia Corrucha  uma fotografia do avô Cândido Genro da Silva, que  era na sede  da fazenda.Como os donos da casa não estivessem presentes em casa,  a mãi do Dr.Alcides Carracho  não quis entregá-la sem  ordem do filho.
Recebendo  a  informação da negativa , tia Cotinha  foi pessoalmente  resolver o assunto.Chegando lá  pegou a sogra  da tia Corrucha pelos cabelos e esbofeteou-a, uma vez encerrando, conspurcados os seus direitos.
Esse fato  derramou a gota dagua.
Se já  haviam relações estremecidas, este fato foi conduzido a  uma inimizade definitiva
Egídio Madrid  estimulado pela  veemência de sua esposa , mandou dizer ao Dr.Carracho, que se ele  comparecesse a Missa de  ano da vovó  Licéria  ele seria tocado a bengaladas.
Enquanto parentes e amigos da família  chegavam  à Igreja  Egídio Madrid  permanecia na calçada “policiando” a chegada do rival seu cunhado.
Mas antes disso, tia Cacilda, mãi de Adelom o, aconselhou  tia Cotinha: ‘Homem não se surra”.
Minutos antes de iniciar a Cerimônia aproxima-se outro cunhado  Estácio Nascimento e Silva, em companhia do qual desceu da  carruagem, além de sua esposa tia Ciloca, o Dr.Alcides Carracho..
Meus avós Quirino Nunes Pereira e Almerinda Genro Pereira (Minda) a tudo presenciaram .Camponês Genro também presenciou.
Logo que Alcides  Carracho desceu da carruagem seu desafeto Egídio  Madrid , conforme anunciara , passou a dar-lhe bengaladas. Alcides, defendendo-se com os braços correu na calçada,e, virando-se  para traz  sacando o revolver e dando um tiro, acertando  no coração de Egídio Madrid , que caiu mortalmente ferido. Antes de expirar disse pausadamente: ‘MORRO,  MAS UMA BENGALADA BEM DADA PELA CABEÇA EU DEI”!
Alcides, saindo pelos fundos escondeu-se na casa  da esquina da rua Venâncio Aires  com a rua Benjamim Constant, hoje de propriedade de Serrano Genro.
‘Sob garantia de vida” entregou-se ao delegado que era seu irmão na Maçonaria.Julgado, foi absolvido  como legítima defesa..
Alcides  Carracho  e Dna . Maria da Conceição, em  consequencia  desse fato lamentável  no seio da família,, desquitaram-se.
Tias  Cotinha  e Corrucha, tempos depois, reconciliaram-se  e foram morar juntas em Santa Maria por uma época.
Por ironia do destino :Egídio Madrid  era campeão  estadual de tiro ao alvo e Alcides Carracho nunca  havia pego um revolver.....

Egídio Madrid era avô de meu amigo Moacir Madrid ,e,Cotinha Genro Madrid era minha tia e Madrinha.       

Batalha da Coluna Prestes e Túmulo do Tenente Portela

Sítio de Batalha da Coluna Prestes e Túmulo do Tenente Portela
    Endereço:  Acesso pela RS 528 – margens do Rio Pardo Proprietário: Histórico e características: Este tombamento refere-se à área onde foi construído o túmulo do Tenente Mário Portela Fagundes, local da batalha ocorrida em 1925 às margens do Rio Pardo, no interior do município de Pinheirinho do Vale. O local onde se encontra o monumento

Histórico e características:

Este tombamento refere-se à área onde foi construído o túmulo do Tenente Mário Portela Fagundes, local da batalha ocorrida em 1925 às margens do Rio Pardo, no interior do município de Pinheirinho do Vale. O local onde se encontra o monumento em homenagem ao Tenente Portela e seus companheiros, representado pelo túmulo e 30 cruzes, simbolizando os que ali morreram em combate, constitui um local de referência para a população e visitantes interessados nesse período da nossa história, da formação da Coluna Prestes.Além desse aspecto, o sítio se reveste de valor ambiental, pois está situado em local tombado da Mata Atlântica, às margens do rio Pardo e cercado pela mata nativa.

O destaque atribuído ao sítio histórico em questão tem como causa primeira a projeção adquirida pela marcha da Coluna Prestes, após a morte de Portela. A coluna Costa-Prestes, liderada por Miguel Costa e Luis Carlos Prestes e consagrada popularmente como Coluna Prestes, constituiu-se como a expressão político-militar máxima do tenentismo, movimento liderado por oficiais das Forças Armadas que contestou, na década de 1920, aspectos do Estado e da dinâmica característica da Primeira República e do o governo do então presidente Artur Bernardes. Houve levantes no Rio de Janeiro, São Paulo, Rio Grande do Sul e outros estados.

Prestes tinha sido transferido para Santo Ângelo (RS), onde entrou em contato com outros militares que conspiravam contra o governo federal e assumiu a liderança da revolta. Após lutas com tropas legalistas, os sublevados marcharam para o norte, unindo-se com os revoltosos paulistas. Depois de percorrer vários estados do país, enfrentando as forças do governo, os revoltosos depuseram as armas em fevereiro de 1927. A Coluna Prestes, como expressão indispensável da compreensão do fenômeno do tenentismo, caracterizou-se como um episódio da história brasileira constituinte das transformações pelas quais passava o país na primeira metade do século XX. A marcha de aproximadamente 24 mil quilômetros percorreu territórios de 11 estados brasileiros, caracterizando-se também como um feito notável no âmbito militar.

Às margens do Rio Pardo, na região do Alto Uruguai, o Tenente Portela montou acampamento no dia 24 de janeiro de 1925. Ali houve um confronto entre o pequeno grupo de tenentistas, composto por homens do 1º Batalhão Ferroviário de Santo Ângelo, e forças do 6º Corpo Auxiliar da Brigada Militar, que levou à morte de Portela e seus comandados.

Ainda hoje a área é vista pelos moradores da região como um lugar especial de memórias e valores, constituindo uma “paisagem cultural”, Evidência da relevância do espaço para grupos da região é a própria existência do monumento dedicado aos que tombaram e a designação de Cemitério dos Prestes ao lugar, que surgiu possivelmente da visita realizada por Luis Carlos Prestes em 1958. A relação entre o sítio, a Coluna Prestes e, consequentemente, o movimento tenentista, é bastante consistente, tendo em vista que se trata de um consenso entre os historiadores que a Marcha é o ápice do movimento protagonizado pelos jovens oficiais da década de 1920.

Outro modo por meio do qual a comunidade expressou o seu apreço pelo sítio histórico foi através de uma celebração anual, o chamado Canto dos Bravos. A festividade de música tradicionalista, organizada por CTG da região com apoio da Prefeitura Municipal, escolheu aquele lugar para as apresentações justamente por causa de seu significado associado à bravura.

Foi tombada a área delimitada pela poligonal formada pelos seguintes vértices:

VÉRTICE A: início da poligonal – intersecção do segmento que passa pela margem (sul) do Rio Pardo e o segmento que passa pela linha de divisa entre os lotes 84 e o lote 83;

VÉRTICE B: intersecção do segmento anterior com o segmento que passa pela linha de divisa entre a fração de terras desmembrada do lote rural nº 84, e o lote rural  nº 84, ao sul; 

VÉRTICE C: intersecção do segmento anterior com o segmento que passa pela linha de divisa com o lote rural nº 84, a leste;

VÉRTICE D: intersecção do segmento anterior com o segmento que passa pela margem do Lajeado Pardo, passando pelo vértice A e fechando a poligonal.

Fonte: Processo de tombamento estadual.

Maiores informações sobre o bem tombado podem ser obtidas no site do IPHAE

http://www.iphae.rs.gov.br/Main.php?do=BensTombadosDetalhesAc&item=52701

A história de Barra do Guarita: Situada no extremo noroeste do Estado do RS, na confluência do Rio Guarita com o Rio Uruguai (daí o seu nome), próximo à cidade de itapiranga/SC (onde o que separa as duas cidades é o Rio Uruguai), e próximo a divisa com a província de Missiones (Argentina), remonta ao século passado.
A região era originariamente habitada por índios Caingangues e Guaranis, ainda hoje presentes e reunidos no Toldo do Guarita município vizinho de Tenente Portela. Os primeiros habitantes brancos chegaram nessa área, segundo relatos, durante a Revolução Federalista de 1893, quando ali se refugiaram, aproveitando a densa mata e o isolamento provocado pelas barreiras naturais.
Por volta de 1911 começou a exploração racional e econômica da região de Tenente Portela, então denominada "Pari", termo indígena que denomina uma pequena rede de taquara usada na pesca. Em 1940, "Pari" passou a denominar-se "Miraguay", em homenagem a um chefe indígena homônimo e, finalmente em 1942, passou à denominação de Tenente Portela, em memória ao Tenente de Engenharia Mário Portela Fagundes, membro da Coluna Prestes e morto na Barra do Rio Pardo em 1925.
O Tenente Portela era filho de José Fagundes e Gabriela Portela Fagundes, nascido a 15 de julho de 1898 na cidade de Pelotas. Estudou no Colégio Júlio de Castilhos, de Porto Alegre, indo após para a Escola Militar de Realengo, no Rio de Janeiro. Em 1924 o jovem e idealista Tenente engajou-se na Coluna Prestes que em suas andanças deixou registrado um marco profundo na memória do povo do Alto Uruguai. Proveniente de Santo Ângelo e acossada pelas tropas Legalistas, a Coluna alojou-se na atual localidade de Alto Uruguai, no município de Três Passos. Encurralada, a coluna precisava encontrar uma saída, ou para a Argentina ou para o Estado de Santa Catarina. Optou pela última. O Tenente Portela foi encarregado de achar um caminho para a travessia do Rio Uruguai e nessa missão, a 24 de janeiro de 1925, à beira do Rio Pardo, já próximo a Santa Catarina, o Tenente tombou em combate, atacado pelas tropas Legalistas provenientes de Palmeiras das Missões.
Em 1941, o Interventor Estadual, Coronel Osvaldo Cordeiro de Farias, companheiro de farda do Tenente Portela, em visita à região, propôs a denominação do Distrito de Miraguay como o seu nome.
Em 1955 Tenente Portela emancipou-se de Três Passos e em 1963 era criado o Distrito de Barra do Guarita, para onde a partir de 1936, haviam migrado muitas famílias provenientes da região de Caxias do Sul, Bento Gonçalves e também de Palmeira das Missões, iraí e Carazinho, tais como os Vogt, Santos, Borges dos Santos, Pedroso, Vogel, Pompeo, Sala, Bernardi, Sangaletti, Berté, Peirot, etc...
Por estar situada na margem oposta do Rio Uruguai junto a cidade de Itapiranga, em Santa Catarina e que veio a oferecer abundantemente mão-de-obra para muitos operários. Barra do Guarita se desenvolveu rapidamente ao longo das décadas de 1970 a 1980, justificando sua recente emancipação político-administrativa.
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O CAPITÃO LUIZ CARLOS PREESTES E SUA COLUNA INVITA

O CAPITÃO LUIZ CARLOS PREESTES E SUA COLUNA INVITA 
Quando há mais de setenta anos li a obra de Jorge Amado “O Cavaleiro da Esperança” passei a admirar, memorizando tudo o que tomava conhecimento a respeito da trajetória de Luiz Carlos Prestes por nosso  pais O que aqui escrevo é um resumo do que li e o que tomei conhecimento oral e pela informação popular daqueles que aqui viveram naquela época. 
Vivemos durante sessenta anos numa democracia coroada, num regime de governo parlamentarista dirigida por imperador probo, culto, capaz, com grandes qualidades pessoais.
         Conduzida por uma minoria de militares e civis, numa revolta, foi proclamada a República num flagrante Golpe de Estado, impondo ao povo brasileiro uma republica presidencialista, contista, e centralizadora. Uma verdadeira ditadura por quatro anos ,a prazo fixo. Para o povo poder mudar o governo, somente com impeachment ou golpe de estado. O mais inoperante e incapaz que esse governo seja,  não poderá ser substituído antes de quatro anos. O povo não assimilou essa mudança de governo à principio. Veio, então, a sangrenta  Revolução de 1893, tentando restabelecer o parlamentarismo e regime federativo, lamentavelmente derrotada.
A população ficou à espera de uma verdadeira revolução que restabelecesse a democracia e bons costumes políticos. Mas foi em vão. Veio a política do café com leite, segundo a qual o presidente era um paulista e na outra um mineiro, e , assim sucessivamente.
Formou- se  uma plêiade de oficiais novos que queria modernizar a política do Brasil, eram “os tenentistas” que em 1922 tentaram derrubar o presidente Artur Bernardes. Foram  derrotados e espalhados pelo Brasil a fora.
O capitão Luis Carlos Prestes, que era um deles, foi transferido, para fiscalizar a construção dos quartéis de Santo Ângelo e Santiago do Boqueirão e comandar o Batalhão Ferroviário de Santo Ângelo, que estava construindo a via férrea de Santo Ângelo a Santa Rosa. Chegando aqui nos anos de 1922 a 1923.
Inicialmente parou no Hotel Avenida  no quarto número 29, ao qual, quando ele chegava do quartel à cavalo, .Depois foi morar numa casa de madeira do Sr.Morais na rua Marechal Floriano. Integrou-se e prestou muitos serviços à comunidade santo angelense . Pessoa ética, séria, que respeitava e despertava respeito à comunidade, além de comprovar ser um ótimo patriota .exímio militar e estrategista.Transmitia esperança e admiração aos cidadãos.Todos os que conviveram com ele, que eu conheci, só falavam de bem dele, até nossos dias.
Meu pai o admirava, meu avô o respeitava,  o senhor Ernesto Jung o tratava com dignidade e contava fatos ocorridos com ele O Senhor Assis Brandão o adorava.O compadre de meu pai Janguta  Aires da Silva,fazendeiro de Ijuí foi capitão de suas tropas,chefiando os revolucionários  daquela cidade,e, o acompanhou até a Bolívia.O Sr .Miguel Lemos, marido da professora Zelina Monteiro contava muitas histórias. Enfim,,a  minha geração se criou  admirando e quase cultuando a figura de Luiz Carlos Prestes – “O Cavaleiro da Esperança”, de quase um povo inteiro.Muitos comerciantes daqui e de São Luiz Gonzaga , cujas mercadorias ele requisitava em nome da Revolução, passando recibo para devolução futura, não se queixavam muito do prejuízo, porque admiravam a sua causa.  Conquistou a maioria da opinião pública, principalmente pela sua postura e marcante personalidade Sempre voltado para o bem público.
Instalou a sede do Quartel do Batalhão Ferroviário na Travessa Mauá, encima de um barranco.
Trouxe de Ijuí e instalou a rede elétrica da cidade de Santo Ângelo, para o Sr Joaquim Rolim de Moura. Fez estudo e projeto para a Usina do  Ijuisinho , também, para o Sr. Quinsote. Este quase a instalou totalmente construindo a casa das máquinas e os túneis  faltando somente a barragem ,etc., devido a encampação pela Prefeitura não foi concluída.Construiu a escadaria de acesso a gare da Viação Férrea.Construiu o ramal ferroviário de Santo Ãngelo a Comandaí .O pai de Gentil Aristeu de Souza,Teodomiro Aristeu de Souza , construiu as cercas  dos dois lados dos trilhos em todo esse percurso.Fez o projeto do Colégio Elementar.Sempre assessorado pelo Tenente Portela,alfabetizaram todos os soldados e funcionários do Batalhão Ferroviário.
Iniciada a revolução em São Luiz Gonzaga e Santo Ângelo na madrugada de 29 de outubro de 1924. Estabeleceu uma Linha defensiva numa barroca existente perto de onde hoje está o Supermercado Pague Menos com um grande contingente de soldados armados com taquaras de bambu em vez de fuzis..., conforme me informou o  Sr .Miguel Lemos.O Coronel Quinzote atacou com 200 provisórios bem armados, porém,do alto,vendo aquela grande tropa entrincheirada ao longo da barroca, parou, e, deu em retirada.
O comando da Revolução era aqui em Santo Ângelo  ,embora houvesse um braço na Fronteira comandado por Honório Lemos e outro no centro do Estado comandado por Zeca Neto.
Atacaram Ijuí de trem para obter reabastecimento. Tiveram de voltar de ré, porque os defensores foram avisados de que seriam atacados. O comunicado foi por telégrafo , dado por uma menina filha do estacionário  .Os governistas montaram duas linhas de fogo ao lado dos dois lados dos trilhos e os atacantes ficaram sem ação dentro dos vagões.
Como ponto estratégico da Revolução, o Capitão Luiz Carlos Prestes, então, elevado ao posto de General da Revolução, mandou ocupar a ponte do rio Ijui Grande, deixando o comando e guarda do trecho até o Ijuisinho  com o Coronel Pedro Arão.Foi a última vez que este lutou como um comandante  da Revolução.
Foram atacados pelo oitavo Regimento de Caçadores de São Leopoldo ,mais os dois             regimentos de Provisórios,o 28 e o 29, uma força três vezes superior.Mandou o comandante do Regimento de Caçadores matar os cavalos em número de 600, para obrigar a luta ser a pé na ponte. Vendo-se perdido, Pedro Arão rompeu o cerco e seguiu com o seu sétimo de cavalaria em retirada para São Luiz Gonzaga.
Esse foi um combate decisivo para os rumos da Revolução. Reuniram-se muitos chefes da mesma, tais como Cordeiro de Farias,  Juarez Távora, Tenente Portela,Zeca Neto Honório Lemes em São Luiz Gonzaga. Decidiram seguir para o Norte para se encontrarem com as forças de Isidoro Dias Lopes e General Miguel Costa.          
 Pedro Arão pediu a Prestes que o liberasse de sua palavra de honra de seguir com sua Coluna, pois sua revolução estava perdida, porque não tinha o apoio das mulheres, como ocorreu na Guerra dos  Farrapos , onde o apoio das mesmas foi decisivo para sua manutenção.( as mulheres de Giruá seguido vinham pedir o retorno dos maridos para dar assistências às famílias e aos bens).Pedro Arão retornou então com seu batalhão para Giruá.
ROMPENDO O CIRCULO DE FERRO
O Estado Maior das forças governistas organizou  um “ círculo de ferro” para sitiarem as forças revolucionárias e obrigá-las a atravessarem o rio Uruguai  e emigrarem para a Argentina, criando o cerco com varias unidades do Exército,Brigada Militar, Forças Provisórias, forças da Baia e de São Paulo, estabelecidas em São Borja,Santiago, Tupanciretã , Cruz Alta, Santo Ângelo e Palmeira das Missões, formando o círculo de ferro , o qual, um simples golpe de tática , cortou no momento em que ele estava preparado para o aperto final no dia 30 de dezembro .Cada um desses destacamentos  deveria ter mais de 2.000 homens num total de 12000 soldados.Os revolucionários deveriam ter 1.500 homens.Com a disposição dessas forças,  estava sitiada a zona dos revolucionários.Seria a marcha combinada sobre São Luiz Gonzaga.
Prestes que era sempre bem informado sobre o movimento dos inimigos, teve conhecimento desse  plano ,e, no dia 27 de dezembro abandonou aquela cidade indo acampar em São Miguel.Uma parte da Coluna havia simulado partir para Tupanciretã ,colocando fogo no campo, despistando, seguiram para o Entre Ijuis, reunindo-se ao restante das Forças no Passo do Camilo, onde acamparam antes de baldear o rio, antes de iniciarem a grande marcha.
O Coronel Luiz Caros Prestes procurou passar pelo lugar onde o cerco estava menos guarnecido e, sem dar um tiro ,e, sem se fazer notar.Quando as forças governistas invadiram São Luiz Gonzaga, lá não havia nenhum revolucionário.
O COMBATE DO ARROIO CONCEIÇÃO
Precisando reabastecer suas tropas Prestes resolveu atacar a Vila de Ijuí. Os governistas estabeleceram a sua resistência na ponte do arroio Conceição, sob o comando do Cel.Dr. Bozano.  Este combate teve grande importância para o desenvolvimento da guerra, pois, forçou os revolucionários a procurarem logo o rumo do Norte, partindo para o Rincão da Ramada  em Palmeira das Missões.Nesse combate a cavalaria revolucionária de São Borja teve grande atuação.
O COMBATE DA RAMADA
Narrada por João Pinto Ribeiro, integrante  do décimo  sexto Corpo Auxiliar da Brigada Militar,ou Força Provisória , ao seu sobrinho Osório Pinto residente em Santo Ângelo.
Após o insucesso do ataque à Vila de Ijuí as forças da Coluna Prestes rumaram à costa do rio Uruguai, acampando num capão de mato  em Rincão da Ramada, entre Ijuí e Palmeira das Missões.Ali foram atacadas pelos provisórios do 16 Corpo Auxiliar da Brigada Militar vindo de Independência Esquina Schotz, onde estavam acantonados.
O combate foi violento.  Homens e cavalos tombaram mortos numa lagoa que ficou tinta de sangue.
Em dado momento terminou a munição  .Frente a frente,  as forças contrárias.Chico Taborda, figura popular de Santo Ângelo e de Giruá, pela sua valentia nos combates, com apenas 15 anos,montado num burro, vinha distribuindo a munição racionada: apenas um pente de balas para cada soldado.Uma bala atingiu sua montaria que caiu mortalmente.Não  titubeando  ,colocou a sacola de munições nas costas e continuou seu trabalho a pé...
Durante o combate, quando  a artilharia vomitava suas granadas uma foi cair próximo ao comandante, que do alto de uma coxília acompanhava o desenrolar da batalha.Prestes para tranqüilizar seus oficiais, disse que era uma cortesia dos governistas, que queriam festejar seu aniversário que transcorria naquele dia..
Terminada a munição, deram ordem de calar as baionetas e enfrentar na marra o que desse e viesse.
Quando estavam frente a frente com o inimigo, de baionetas caladas, para o combate direto e decisivo, chegou em  socorro das forças provisórias o 18 Regimento de Brigada Militar comandada pelo Cel. Claudino Nunes Pereira(meu tio), que os tirou do aperto.Uma tropa bem armada e com mais de2000 homens.Deram ordem de retirada.Os outros, da Coluna Prestes, também se retiraram.
Prestes, mais uma vez  dando provas de ser um gênio de guerra, botou fogo no campo,e, escapou com sua tropa, por traz da fumaça, partindo do capão de mato.A Brigada avançou, mas, não mais o encontrou.Ele havia rumado para o rio Uruguai,onde em sua trajetória morreu o seu companheiro inseparável  – o Tenente Mário Portela Fagundes.
SÍTIO DE BATALHA DA COLUNA PRESTES E TÚMULO DO TENENTE PORTELA.
Encurralada e acampada em Alto Uruguai Prestes com sua Coluna precisava  encontrar uma saída para o Estado de Santa Catarina, atravessando o rio Uruguai. O tenente Mari o Portela foi encarregado de achar um caminho para a travessia  do rio Uruguai,e nessa missão , a 24 de janeiro de 1925 acampou ás margens do arroio Rio Pardo já próximo ao Estado de Santa Catarina. O tenente e um grupo de revolucionários  e soldados do primeiro Batalhão Ferro Viário foram atacados pelas forças Legalistas, vindas de Palmeira das Missões -6 Corpo Auxiliar da Brigada Militar, que levou a morte de Portela.Assestaram metralhadoras, cujas rajadas levaram à morte trinta revolucionários,poucos escapando.Ali estava o revolucionário Theodomiro  Aristeu de Souza, pai do agropecuarista Gentil Aristeu de Souza, que relatou este acontecimento, assim narrado por ele:   entrincheirados ,no fragor  da luta ,disse” abaixe-se tenente que as balas vêm zunindo” e abaixou-se ,e o Tenente,de pé, foi atingido por um certeiro balaço .O Sr. Teodomiro ,agarrando-o, atravessou o rio a nado com ele nas costas.Era tarde de mais,pois,ele veio logo a falecer.O Sr. Teodomiro  desgarrou-se da tropa voltando a pé  para Santo Ângelo, durante 5 dias sem comer.
Fica no município de Pinheiro do Vale. Local onde se encontra o monumento  em homenagem ao Tenente Portela, sinalizado por 30 cruzes , representando os que ali morreram em combate. O local se reveste de valor histórico e ambiental, pois, está em local tombado pela Mata Atlântica  , às margens do rio Pardo e cercado pela mata nativa.
Ficou conhecido como o Cemitério dos Prestes. A comunidade expressa sua reverência ao Sítio Histórico através da solenidade anual realizada peLos  CTG e a Prefeitura, “O CANTO DOS BRAVOS”.
     
                                     Teodomiro A souza                           



 Mario Portela
A ODISSÉIA E O FIM DA COLUNA PRESTES
Após a travessia do Rio Uruguai a Coluna seguiu em sua marcha em direção ao Estado do Paraná,  onde se uniram ás Forças paulistas dos Generais Isidoro Dias Lopes e Miguel  Costa, onde formaram uma só tropa.
Até foram sitiadas  pelas forças do General Rondon contra o Rio Paraná, que com um sorriso de índio ,disse:”eles estão presos como numa garrafa”, mas, por idéia de Luiz Carlos Prestes, eles quebraram o fundo da garrafa que era de vidro, atravessando o rio Paraná e incursando no território Paraguaio seguindo por uma parte desse pais,voltando para o Brasil pelo Sul do Mato Grosso.Foi uma marcha de 26.000  quilômetros , usando tática de guerra de movimento, sendo a maior do mundo.Do Mato Grosso passaram para Goiás ,Minas Gerais,Piauí, Maranhão e Ceará.Até o bandoleiro Lampião à soldo do Governo tentou lutar contra ela ,mas não a encontrou.Foi uma marcha gloriosa, que comportaria escrever muitas páginas  a respeito.
Conforme consta em sua biografia Mao Tse Tung se inspirou nessa marcha de um engenheiro brasileiro também, exilado na Rússia,  para criar  a sua Grande Marcha.História lida e contada pelo  odontólogo  Renato Pedro Lauermann.
Meu primo Coronel Ney Pinto de Alencar  me disse que consta na Bibloteca  da Escola Superior de Guerra do Exército que  Luiz Carlos Prestes ajudou a organizar a Defesa de Stalingrado.
Posteriormente a Coluna atravessou de volta o Estado do Mato Grosso, seguindo o rumo da Bolívia  e nesse pais  emigraram, conforme consta no texto  da Ata que oficializou a emigração da Coluna  para a  Bolívia.
Luiz Carlos Prestes contratou a construção de ferrovias com o Governo da Bolívia. Com o dinheiro que foi recebendo pela realização desses trabalhos, ele foi mandando de volta para o Brasil seus soldados  exilados .
Durante o tempo em que esteve exilado na Bolívia, ganhou uma coleção de livros com a obra completa de Karl Marx. Gostou, e, após estudo, resolveu adotar a ideologia comunista, tentando, também implantar um governo comunista no Brasil.
Partiu para outro exílio na Argentina, acompanhado de outros,  como Juarez Távora, Cordeiro de Farias,Siqueira Campos,João Alberto e tantos mais revolucionários.Declinou de comandar a Revolução de 30 como”Cavaleiro da Esperança”, porque seu ideal agora era outro.
Este é um resumo da odisséia da COLUNA PRESTES  pelo Brasil afora, SEM NUNCA SER DERROTADA – INVICTA!

Ela sacudiu e alertou o Brasil para a grande evolução e melhorias sociais, que viriam a partir dos anos de mil novecentos e trinta!