SAI CARLOTA, VÓ
GRINGA E TITINA
SIA CARLOTA,
Tomamos conhecimento da existência do Rincão dos Mendes e Ilha Grande quando,, aos seis ou sete anos
de idade, uma mulata velha que nos acompanhava desde São Luiz Gonzaga, veio a
falecer no Hospital Santo Ângelo era onde hoje é a Casa da Criança.
Ela, entre outras coisas sempre fazia em tachos de ferro revestidos
de cobre, feitos pelos ciganos, tachadas de pessegadas e marmeladas no fogo do
galpão, para esperar o José,, quando
vinha nas férias d de Santa Maria, que nossa mãi guardava em caixas de madeira
para comermos o ano inteiro.
Para aproveitar uma galinha assada que por sobra foi guardada no armário da cozinha por uns
três dias pois, não tínhamos geladeira.Minha mãi aconselhou-a a não comer mas ela quis aproveitá-la e a deglutou .Provavelmente ela deteriorou-se,
provocando-lhe uma infecção intestinal irreversível, vindo a falecer em
conseqüência disso.
Levamo-la para ser enterrada no cemitério de Santa Tereza,
de onde ela era originária. Lá estavam
todos os seus irmãos Seu Miata, fazendeiro, e suas seis irmãs para sua
última homenagem antes do enterro.Todos eram negros.Na ida ,como dissemos,
passamos pelo Rincão dos Mendes e Ilha
Grande, quando o conhecemos pela primeira vez
e do qual não esperávamos que
teria tanta influência em nossa vida, em alguns anos mais tarde.
Foi, também, a primeira vez que tomamos
noção
da existência da
“morte,, da qual nunca tivéramos conhecimento direto.Alí presenciamos o sentimento daquela irmandade ao se despedirem
da presença física daquela irmã, que não mais a veriam após o sepultamento
daquele corpo que ali estava
prostrado entre 4 velas dentro de
um caixão.O tempo colaborava para aquele quadro triste pois, escurecia,
prenunciando grande chuvarada,
Voltamos do distrito de Santa Tereza, atravessando o Incão
dos Mendes junto da Ilha Grande terra em que conhecemos o grande amor de nossa
vida.
Foi última vez ,que vimos a Sai Carlota , aquela “baba’” que
tanto deu para nós, meu irmão José e eu,
em nossa infância.
A VÓ GRINGA - Era uma solteirona vinda do Itacurubí,
trazida pelos parentes de lá para morar em
nossa cãs e ajudar-nos a cfriar nossos filhos que eram muitos e pequenos
ainda. Afeiçoou-se a nossa filha Tânia
que tinha uns 5 aos.Levou-a para São Borja
para passear.Levou-a a um terreiro de umbanda (cablocos).Assistiram a
uma sessão de sarava. A Tania Jussara voltou de lá imitando os cabloucos em seus passes.Estendia
os bracinhos movimentando os dedinhos e assoprando.
Morrou conosco por uns
oito anos.Foi levada pelo primo Valdetar para morar com ele em Santo
Antonio das Missões, onde veio a falecer.
ERNESTINA ALVES DA CRUZ A TITINA
Quarenta e três anos
atrás veio da Codelaria de Rincão no município de São Borja uma moça de
nome Ernestina Alves da Cruz apelidada de Titina.Morava na Codelaria do Rincão, perto da casa do tio Bertoaldo e da tia Delira.Veio para a casa
deles aqui em Santo Ângelo para fazer
umas costuras.Terminado o trabalho lá, veio para nossa casa para fazer umas
costuras para minha esposa e os filhos..Terminado
esse trabalho , se aquerenciando em nossa morada se dando bem com a Maria e com
os nossos filhos. Costurava para eles e
foi ajudando a criar nossa filha caçula, a Daniela e seu filho Felipe até os 7
anos.Era uma pessoa boníssima para todos nós,e, ajudando a quebrar os
galhos e resolver os assuntos que
surgiam quotidianamente, tais como, arrumar as roupas fazer pagamentos em
bancos e no comércio ,bem como fazer compras, etc.
Seguido ia a São Borja visitar seus irmãos, que eram um
gande número.
Até que há dois anos atrás, numa dessas viajens, adoeceu de uma gripe A para nunca mais voltar.Em 30 dias baixou o
hospital e veio a falecer.Fizemos uma visita a ela de despedida e depois fomos
para o enterro nessa cidade de São Borja, que é a mais atrasada da
Missões.Naquele cemitério estão enterrados os ex presidentes Getulio Vargas e
João Goulart.
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